20100126

Máquina.

Hoje ou em outro dia qualquer, as vezes me pego na chance única de poder olhar para trás: lembrar daquele molequinho cabeludo com seu bonequinho do Jaspion empunhado correndo o mais rápido possível nas calçadas com o impossível fardo de ser mais veloz que os carros rasgando a avenida. Por incrível que pareça, as vezes a vitória era conquistada, contra algum carro buscando vaga de estacionamento ou de turistas conhecendo a cidade, mas esses detalhes não eram importantes, era uma vitória que valia o dia e ponto final. Era apenas isso: um moleque feliz vencendo (em seu mundo) as máquinas (do mundo real) no seu fardo diário. Talvez com isso, tenha nascido a busca eterna por querer conhecer, testar, alcançar os limites da máquina humana. Fazer dela algo super-humano, algo que possa bater outras máquinas movidas a engrenagens, combustíveis e circuitos. Mesmo que um dia chegue a inevitável hora de um upgrade, e nesse dia a máquina humana como conhecemos se unirá as demais, anexando a sua perfeição: engrenagens, combustíveis e circuitos.