20101219

Silence.


Sometimes silence is the best friend. The problem is when silence is your only friend. On the vacuum that fills my mind, I try piling things in a desperate way to get some wheight... that or the winds of a pre-programmed routine for the next 3600 seconds take me to the infertile deserts hidden inside me. There they go, on the long tick of the clocks. And new ones soon arrive to give cover. In the anguish of a cure for the silence I hope for a shot, a shot of deafening noise. I put all my hope that this one, pityless, leave me deaf to the point I don't see just that havocked trenchs ahead, and dead enough to not get intoxicated with the morning mustard gas. I don't know its way. I don't know its frequency. That way I keep myself on the inertia of my own destiny, mutable at each grind of the gears of a bomb that doesn't stop taking blood to my thirsty ears for something harmonic. For now, noise, lots of noise to wash my soul and forget who I am, or who I was.

20101022

Síndrome de Overclock: Amaldiçoados.


Com o expediente rotineiro e robótico finalizado, tudo o que queria era partir para o inerte abrigo caseiro e adsorver de meia dúzia de minutos naquele capítulo 10, inacabado enquanto era conduzido, por máquinas, ao ranger das máquinas. Seis minutos, menos. Eram duas páginas que faltavam e não era o tipo de pessoa de deixar tarefas pela metade. Ou se fazia tudo. Ou não se fazia nada. Mas as duas páginas quebraram as regras. Quebraram seu sossego. E agora sua leitura já era obrigação. Como uma bala cega, partindo de uma arma antiga e tosca com cano cortado, rodopiava entre o mar de pessoas que tagarelava, ria alto e bufava no saguão principal como em um estereótipo de pessoas tagarelando, rindo alto e bufando em um saguão de uma megacorporação qualquer. No tilitar das suas botas galvanizadas, mal sentia a brisa externa e flutuava como um troll até o decadente e superlotado expresso 'TecLux" intermetropolitano.Coisa elegante, nas propagandas. Pessoas felizes e esbeltas com seus sorrisos, delicadamente adquiridos em algum paraíso perdido na Polinésia, em veículos lustrosos e cheirosos. Sim, eles tem a capacidade de instalar aerosóis espancando suas narinas com perfumes sintéticos, de doer os dentes, mas não tem a capacidade de manter respirável o interior daquele microondas, como carinhosamente o apelidamos. Microondas tem cheiro de infância, cheiro do museu empoleirado no qual adorava correr e espirrar pelos corredores. Merda, a porta vai fechar. Fechou. Mas já estava dentro. Lotação: máxima. Tempo de espera: 0,5s. Possibilidade de ler minhas duas páginas restantes: nenhuma. (A espera era de normalmente 5-7 minutos e isso era uma reclamação recorrente entre os frequentadores do microondas turbinado). Me acomodo em um canto qualquer e observo o florescer veloz de milhões de tons de cinza no horizonte. Um borrão monocromático que não se distinguia muito das pessoas que ali se distraiam com seus equipamentos adquiridos na feirinha ilegal do Atol. Hora de mudar de veículo. Barulho agudo ensurdecedor. Portas abrem. Portas fecham. Passo lentos em direção ao sons químicos e eletrônicos. Dentro novamente. Tempo de espera: 0s. Possibilidade de ler minhas duas páginas restantes: positiva. O aconchego em 20cm² de polietileno barato. Duas páginas consumidas. Vencidas. Fechada a réplica encardida dos antigos e nostálgicos livros de papel é levantar e sair. O destino chama. Intervalo entre o término do livro e a chegada ao local desejado: 0,3s. Sincronismo. Para alguns, maravilhoso. Mas já começo a me incomodar com esta dádiva. A pontualidade é uma maldição.

20101018

Dor.

Bizarro é pensar que em um lugar onde os sons mais altos eram pronunciados por passarinhos voando sobre minha cabeça me surgiu uma luz criativa para voltar ao mundo da criação de ruídos. Baixos distorcidos. Me empolguei. Bumbo e caixa em escalas afinadas. Gerei sons. Percussão batucando na têmpora. Achei que iria finalmente produzir o tipo de barulho que eu procurava. Mas não. Aquilo não era minha essência. Aquilo soava inconscientemente como tarefa, trabalho, obrigação. Acabou que o ruído refletiu minha essência. Se mostrou mais ruidoso que devia. Mais tenebroso que devia. Mais verdadeiro que devia. De todos os males, o menor, mas parei. Arquivei em um canto do meu drive D: aquele arquivo .flp e vou aguardar um tapa na nuca me fazer beijar o chão e me deparar novamente com aquela criatura, que cresce silenciosamente em um canto empoeirado de silício e corrente alternada. Entre um passarinho serelepe, um lagarto fanfarrão e uma cachorra cabeçuda passava um carro, com placa amarela segurada por arames enferrujados, lá que outro, para destruir a atmosfera já equilibrada entre o cantar das aves e todo a choradeira do Amado Batista. Levantava o poeirão vermelho. Encobria o orelhão enferrujado. Afinal, ali, tudo cheirava ferro. Ali, tudo era ferro. Desde a poeira levantada pelo calhambeque enferrujado até a vida daquelas pessoas que ali estavam e se deixavam estar, esperando a sua vida passar sentadas com seus sorrisos estampados na frente centenária de suas casas decoradas por crianças. Mais empoeirado que aquele timbre de baixo estava eu. As calças eram azuis, agora vermelhas. A camiseta cinza tinha marcas de patas de cachorro. Mas quem está na sujeira, que celebre a sujeira. Que viva a sujeira. Que essa sujeira seja minha libertação, para limpar minha mente da vida rotineira em meio ao concreto e o clima caótico de sempre. A sujeira limpou minha mente. O silêncio me fez criar ruídos. Com a altitude de uma serra que clama piedade, refleti sobre o tempo perdido em reclamar sobre os arranha-céus. Aquele tempo foi jogado fora. Aquela paciência havia ido para o lixo. E somente quando voltava sobre as nuvens para minha eterna prisão de concreto, notei que o meu maior inimigo ainda sou eu. Se tudo isso faz sentido, se o texto está bem escrito, se estou me cobrando o suficiente... bem, isso vou deixar para depois. Ainda não voltei a rotina de auto mutilação. Masoquista, fazer o que.

20100729

A Boy and His Dog.


É engraçado pensar como as coisas acontecem. Em 2009, em um fim de semana preguiçoso qualquer, trombo com um amigo da época de colégio e que não via fazia tempos, falamos sobre assuntos aleatórios e peço com toda a nenhum gentileza que a mim não concede: ''grava uns filmes no pendrive pra mim, qualquer um''. E finito. Meses depois fui mexer naqueles filmes. Gravei um DVD com alguns. E meses depois acabei parando pra assistí-los. Nisso, que ligo o aparelho e coloco o maldito disco, tomo um susto com uma bomba, em primeira vista atômica explodindo na tela e o som ricocheteando pela sala. Bem, lá estava A Boy and His Dog, diretamente de 1975 para uma pessoa qualquer, em uma cidade qualquer, de um país qualquer, em um época futura qualquer. Nada esperava do filme e logo nos primeiros minutos as únicas palavras na minha mente eram: ''Bizarro'' e ''Foda''. Me grudei na tela. Simples e cômico como só ele consegue ser, aos pouco vai ganhando um aspecto muito próprio como nenhum outro filme de futuro pós-apocalíptico já usou chegar. Naquela mistura de filme de Clint Eastwood, comédia pastelão e Mad Max só notei onde estava quando fui surpreendido pelo o mais EMPOLGANTE final já assistido. Sério. Não sei se pelo fato que não esperava nada, absolutamente nada do filme. Não sei se pelo filme realmente ser bom, visto que recebeu o Hugo de melhor filme de ficção científica. Na verdade, tudo neste filme é um incógnita. Desde como ele veio parar na televisão aqui de casa até os detalhes mais elementais dessa película. Mas só te digo uma coisa, quando a guerra explodir, o mundo desandar e o caos dominar, você precisa apenas confiar em uma pessoa para se manter vivo e com 'diversão' garantida.... no seu cachorro! Assista, você pode vir a precisar em um futuro próximo.

The year is 2024... 
a future you'll probably live to see

20100629

Tetsuo The Iron Man.



Muitas parênteses me levaram a conhecer este filme. Eu como fã indestrutível dos quadrinhos do Homem de Ferro desde moleque, inevitavelmente acabava trombando nos resultados de pesquisa do Google nesse maldito filme. Via a respeito, mas sempre batia aquela preguiça de correr atrás de um filme de horror lado B japonês do final da década de 80, até porque achava eu que nunca ia conseguir encontrar. Mas sempre, inevitavelmente entre um pesquisa de ficção-científica, cyberpunk ou música industrial eu acaba trombando com o maldito. Então que finalmente descobri que saiu neste ano um filme novo do diretor, Shinya Tsukamoto, o The Bullet Man, o qual tem música tema assinada pelo Nine Inch Nails. Não teve jeito, em cinco minutos achei e logo já estava baixado Tetsuo - The Iron Man. Eu sou uma pessoa metódica para assistir filmes, mas esse sem dúvida é uma fita para ser assistida no escuro, com imagem boa, muita atenção e um som caprichado (recomendo fones de ouvido com graves bem calibrados). Porque? O filme é totalmente sensorial. Por vezes pode até parecer abstrato demais, mas a movimentação de câmeras e stop-motion pode deixar qualquer fã de filme de ação com enjôo. O sons das engrenagens, metais rangendo, atritos corpo-metal-ambiente com aquela imagem em close balançando com o sangue e o caos mecanizado... perturbador! Sério. A trilha sonora é muito boa, mas sou suspeito, já estou tão acostumado com industrial que pra mim é uma música totalmente dançavel. Eu consigo imaginar uma balada tocando industrial e galera requebrando o esqueleto, mas enfim, talvez seja só dentro da minha cabeça de lata. Ahhhh e claro, não se assuste se não entender muita coisa do filme... esses caras querem é isso mesmo. Mas com calma e lendo qualquer coisinha na internet você vai notar que aquela sua teoria idiota que beepava na sua cabeça estava no caminho certo. Na boa, relaxa e aproveita as sensações que o filme propicia, pensa depois!


Our love can put an end to this fucking world
Let's Go!

20100611

Headhunter.






Today he has no means
He's a lone man anonymous
But written in his cells
He's got the marks of a genius
I'm looking for this man
To sell him to other men
To sell him to other men
To make us rich and famous
One you lock the target,
Two you bait the line,
Three you slowly spread the net
And four you catch the man!

20100510

Tilt.


Vamos todos celebrar! O progresso chegou
trazendo fome, miséria, desemprego e dor
Eu me sinto humilhado e guardo rancor
pois no trabalho eu fui trocado por um robô
Meu corpo rola cansado pela esteira da linha de montagem
sigo sendo triturado nas rodas dentadas dessa engrenagem
Mais um pro estoque dos inofensívos
Sacrificado pra satisfazer os deuses corporativos
Quem tira o brilho da vida não é a cidade
e sim seu jeito de robô sem espontaneidade
Pessoas só fazem o que já foi feito
Pessoas só repetem o que já foi dito
Pode ir no seu carro à jato, com a mais moderna embreagem
eu prefiro ir à pé, caminhando e observando a paisagem
Foda-se seu carro à jato e toda sua modernidade
Na ruptura da rotina é onde se esconde a felicidade
Vamos todos celebrar meu novo computador!
Vamos todos celebrar a minha puta dor!

20100414

Rock 'n' Torture.


Não é de hoje que ouvimos a respeito do quanto a exposição a sons altos pode acabar danificando nossa audição e mesmo nosso bem estar. Eu, como um amante incondicional de música barulhenta, não tenho como não me interessar por estes aspectos. As variantes do quanto os ruídos podem te causar problemas estão relacionados ao 'volume' e ao tempo de exposição. A partir de 50db, em longos períodos de exposição, já podemos notar dores de cabeça e cansaço, 70db seriam capazes de alterar seus níveis de cortisona e colesterol no sangue e ruídos excessivamente altos podem até mesmo ocasionar infartos. Mas porque será que gostamos de música no máximo? Dizem as más línguas que rolam endorfinas na jogada e a exposição contínua causa dependência! Faz todo sentido! Entretanto, hoje vamos falar de um uso um pouco menos nobre das boas músicas barulhentas, seu uso na tortura! Bem, talvez você já tenha ouvido falar a respeito do uso de música a todo vapor nos ouvidos de presos no campo de detenção norte-americano em Guantânamo como forma de tortura. Localizado na pontinha da ilha cubana, o Guantánamo Bay Detention Camp, no original, é parte integrante da Base Naval da Baía de Guantánamo e ficou famosa nos meios de comunicação por ser utilizada na política anti-terror de Bush e por ser considerada por muitos como a pior prisão do mundo. Em 2008 a mídia trouxe a tona tal uso da música por militares na prisão americana. Artistas como Nine Inch Nails, Pantera, Queen, Rage Against The Machine eram usadas em interrogatórios, expondo os prisioneiros a dezenas de horas interrompidas de música a todo volume. Você pode achar que isso não te afeta, mas sempre lembre que muitos desses prisioneiros jamais escutaram um riff pesado de guitarra ou uma batida eletrônica grave. Como podemos conferir em um relato da BBC em 2003, não só de rock as tortura eram alimentadas, aberturas da Vila Sesamo e do Barney e Seus Amigos também eram constantemente utilizadas. ''They can't take it. If you play it for 24 hours, your brain and body functions start to slide, your train of thought slows down and your will is broken. That's when we come in and talk to them''. Pelo visto não é prática recente tal uso, mas em outubro de 2009 houve a primeira manifestação por parte de artistas como Trent Reznor, Tom Morello e Pearl Jam contra tais atos. Existem relatos que  tais práticas tem sido reportadas desde o final da guerra fria, mas é bem possível que seu uso já tenha sido usado muito anteriormente. Um das primeiras aparições de forma aberta na mídia ocorreu em 1989 quando o então presidente do Panamá Manuel Norriega foi forçado a render-se ao som de hard rock e The Howard Stern Show: "After the war ended, the Allies spent all day and all night flying over our heads, breaking the sound barrier. Just like Panama when they blasted Noriega, holed up in the Vatican Embassy with music. For fifteen days, Bush deafened the poor ambassador and Noriega with hard rock. Our torture went on for months - 20 or 30 times, day or night". Armas que utilizam sons em uma determinada frequência ou em níveis de decibéis acima de níveis aceitáveis para nossa saúde já tem sido desenvolvidas com intuitos militares. Um pequeno exemplo em que pé estamos quanto a tecnologia sonora para estes fins, pode ser conferido nesse pequeno trecho de Future Weapons no Discovery Channel. Bem, eu sempre odiei o Barney e poderia ficar horas dando exemplos de torturas com o maldito dinossauro roxo, mas hoje não estou tão inspirado, então em outro momento, se me encontrar por aí, papeamos a respeito. 

Closer.


Help me
I broke apart my insides
Help me
I've got no soul to sell
Help me
The only thing that works for me
Help me get away from myself

Silêncio.

Há horas em que o silêncio é o melhor companheiro. O problema são as horas em que o silêncio é o único companheiro. No vácuo que preenche minha mente, tento amontoar coisas de forma desesperada para ganhar algum peso, ou isso, ou os ventos de uma  rotina pré-programada para os próximos 3600 segundos me levam para os desertos inférteis escondidos dentro de mim. Lá se passam eles, no longo tilitar dos relógios. E novos logo chegam para a cobertura. Na angústia de curar o silêncio espero um tiro, um tiro de barulho ensurdecedor. Coloco todas as minhas esperanças que este, sem piedade, me deixe surdo ao ponto de não mais enxergar apenas trincheiras devastadas a minha frente e morto, o suficiente, para não me intoxicar pelo gás mostarda matinal. Não sei sua trajetória. Não sei sua frequência. E assim me mantenho na inércia do meu próprio destino, mutável a cada ranger de engrenagens de uma bomba que não para de levar sangue aos meus ouvidos sedentos por algo harmônico. Por enquanto, barulho, muito barulho para lavar a alma e esquecer o que sou, ou era.

20100409

The Warriors.



Can you count, suckers? I say, the future is ours... if you can count! 

Now, look what we have here before us. We got the Saracens sitting next to the Jones Street Boys. We've got the Moonrunners right by the Van Cortlandt Rangers. Nobody is wasting nobody. That... is a miracle. And miracles is the way things ought to be.

Can You Dig It?!

Bip!

Só posso ver um LED piscando acanhadamente no fundo da sala escura. Nem lembro onde estou, só sei que é um grande vazio de 10 x 10m no completo breu. Talvez mais que isso, talvez menos. Não sei. Eu estou em um canto, disso tenho certeza. O LED no extremo oposto. Cadenciado ele pisca. Hipnotizante. Penso em me levantar e ir até ele, mas tenho medo de perder todo o seu valor. Não quero sair da hipnose. Não me pergunte quanto tempo estou aqui. Não pergunte nada, eu não sei. Bip! Um barulhinho simpático rompe o silêncio que flutuam meus pensamentos. Parece vir da parede, se é que isso é uma parede. Bip! Ele ecooa pela escuridão se debatendo na ausência de obstáculos cuidadosamente dispostos com o feng shui do nada. Bip! Afinal, o nada é completo, está em tudo. Merda, cale a boca! Já comecei a viajar. Vamos nos concentrar no... Bip! O LED ainda está lá. Mas meu corpo, ah meu corpo! Deve estar pesando umas vinte toneladas, das quias 19 são minha cabeça. Se eu me levantar, a gravidade me leva ao chão fácil, fácil. Bip! A maldita música e o LED não tem sincronia. Tento, tento, tento, mas não consigo pegar sua lógica. Só sei que logo ele estará novamente a... Bip! Bipar. São ciclos. Verde, verde, verde, verde, verde, verde, verde... Bip! Lá está ele. Não estou sozinho. Fico ansioso pelo seu próximo som. Talvez seja difernete da próxima vez. Ou melhor, talvez eu o escute diferente da próxima vez. Bip! Igual. Ou não, ele nunca parece igual. O som da minha lembrança do último bip sempre parece diferente do momento em que ele explode em meus ouvidos. Ouvidos? Bip! Nem sei se isso são mesmo ouvido, nem sei mesmo se ainda sou humano. Meu tato sente isso, e só. Posso estar me enganando, falsificando minha essência. Eu posso ser uma... Bip! ...ameba agora. Porém minhas lembranças acham que escuto um sonido por meus ouvidos, sinto minhas costas na aresta da parede e meus olhos se mantém estáticos no verdejar microscópico. Bip! Eu deve estar limitado a isso. Perdido em uma aresta temporal do cyberspaço. Numa lacuna do tempo. Me perdido na construção de meu próprio hipercubo mental. Bip! Me perdi do espaço, atravessei a razão e alcancei a insanidade. A única coisa que tenho certeza é de que a luz estará a piscar e o canto a ressonar pelo ar. Aiai! Gasp! Bip! Ufa! Ouch! Tingeling! Uhn?! Bip! Thwack! Wack! Ungh! Ka-boom! Porra! Acho que caí de algum lugar! Ahhhh bacana ein... mais uma daquelas malditas paralisias do sono... Bip!

20100331

Metal Dance.


Engines humming
Can't help moving to the rhythm
Feel so breathless
Can't shake out that breathless voice
Crashing steel
Strange new sounds intoxicate me
Cutting hard
Calm before the art of noise.
Feel like fire, feel like ice
Dying in this silver city
Can't accept this life of lies

20100330

Mind Wars.

Bem, sem querer, em um desses momentos aleatórios em que coisas aleatórias brotam em nossas mentes e telas de computador, surgiu uma história que parece viagem de Star Trek. Não é de hoje que tanto almejamos alcançar uma maior eficiência de nosso cérebro. Maximizando nosso potencial de absorção e armazenamento de informação e mesmo ampliando nosso racicínio lógico. Nós sonhamos, viajamos, mas os neurocientistas estão escondidos por ai, trabalhando nisso. Em uma passagem rápida pelo site na Scientific American acabei sendo atraído por um notícia entitulada: "Neuroscientists don't believe in souls--But that doesn't mean they can't sell theirs" e acabei passando umas boas dezenas de minutos googleando coisas. Por mais absurdo que pareça, além de ter pessoas querendo ampliar a capacidade cerebral humana ou implantar chips em nossas cabeças para guardar nossas lembranças, existem pessoas que acreditam no potencial bélico de armas mentais. No ano passado a National Academy of Sciences publicou algo que poderia ser traduzido como Oportunidades na Neurociência para Aplicações Militares, por sinal este livro pode ser lido na rede, clicando no link ao lado (em inglês). Como já diria o artigo da Scientific, isso envolve muitas questões éticas e talvez esse seja um dos motivos para que haja tanta especulação e ocultismo. Mas então, seria a fronteira final para a criação de Soldados Universais a la Van Danme?! Será que estamos próximos dos microsofts que William Gibson imagina em Neuromancer (como em Matrix, seriam como chips que você implanta atrás da orelha e ''ganha'' conhecimento)?! Chips no cérebro ou cérebros nos chips como em GUNNM?! Será que aqueles monstros de filmes B com controle mental não são tão absurdos assim?! E a Matilda?! Putz! Querendo ou não, tem gente apostando forte em fazer tunning cerebral, cada vez é maior o número de empresas apostando em softwares para treinamento cerebral, como é o caso da Posit Science e seu Brain Training Software que promete por quase $400 expandir sua concentração, memória e mesmo os reflexos no trânsito. E para quem quer diversão, drogas virtuais como o I-Doser e programas para implantação de mensagens subliminares tem feito a alegria da molecada. Não ria, é a nova moda! Ou você acha que os novos yuppies só pensam em um terno novo de uma marca cara (eu até ia falar um nome de marca chique, mas não faço idéia de nenhuma). Seja lá onde isso vai nos levar, já vá guardando suas moedinhas no porquinho, pois logo teremos cartuchos de SNES rodando nas nossas cabeças, você poderá resolver finalmente aquele seu mal humor mexendo direto na raiz de seu cérebro ou estudar pra aquela prova de amanhã em 5 minutos. Mas fique esperto: se uma guerra explodir, já prepare seu capacete de papel alumínio!

Stars and Stripes.


Tell the people that they're under attack
By man-eating foes from mars or iraq
Mobilize outrage
Muzzle dissent
Send in the troops
Strike the pre-empt

20100325

Síndrome de Overclock: Tic, Tac, Verde!

Não vai ser difícil de imaginar isso. Você está em uma cidade qualquer com seus caóticos 2 milhões de habitantes. Para ser mais preciso, você está no centro comercial e empresarial de uma cidade de caóticos dois milhões de habitantes em hora de rush. São pessoas fluindo, como as águas de um córrego, aparentemente obedecendo a nenhuma das hipóteses de trajetórias de planetesimais que nossos amigos astrofísicos puderam calcular. Elas apenas seguem seu caminho, famintas pelo momento de relaxarem seus corpos e mentes no âmago de seus sofás ou mesmo em uma mesa de bar com amigos. Nesse mar de gente, nesse caos controlado de carros, motos e pedestres, está você! Sua missão é chegar o mais breve possível ao seu destino. Mas que fique claro que não é algo suficiente para corridas desesperadas. Um trajeto de aproximadamente 50 minutos em situações normais de caos urbano, algo em torno de 5 quilômetros para ser impreciso logo de uma vez. Agora, caminhe. Não é apenas caminhar, certo? É necessário desviar de obstáculos, bolsas, cachorros, carros, motos, crianças chorando, pessoas gritando e aquele homem velho que parou justamente na sua frente para amarrar o sapato. Toda uma magnífica complexidade de movimento é necessária. Recomendado somente aos iniciados na arte! Nem sempre poderá atravessar a rua. O semáforo sempre pode ser um bom guardião e lhe indicar que este não é o momento certo para isso. Uma bela luz vermelha irá aparecer no seu visor neste momento. Luzes verdes são sempre bem-vindas, claro. Não só para os pedestres, mas para os carros também. Não exite em se confundir, ok?! Mas bem, agora imagine-se andando em meio ao mar urbano durante estes 5 quilômetros repletos de obstáculos, avenidas e trânsito carnívoro e poder chegar ao seu destino sem parar nenhuma vez. Sem parar durante um mísero milésimo de segundo para esperar aquele carro preto cruzar a avenida ou o semáforo finalmente ficar verde para sua passagem. E sem dar corridinhas para pegar o sinal aberto ou pra fugir daquele moto barulhenta, hein?! Consegue imaginar?! Bem, este é meu mundo! Cruzo por 10, 20 semáforos sempre verdejando em minha direção! Adoto naturalmente um tempo certo de passada para que no momento certo possa agir e simplesmente atravessar a multidão de humanos ou de veículos sem mudanças de rotina. Uma simples questão de harmonia. Harmonia com o tempo do Universo. Algo como sincronizar seu relógio com o relógio da galáxia, mesmo não sabendo qual meridiano deve ser tomado como base. Saber controlar o seu ritmo e agir no momento exato, nisso consiste essa harmonia. Nunca gostei de matemática, mas sempre gostei de contar. Não olho o relógio, nem ao menos tenho um, mas sempre estou lá no momento previsto. Isso começou cedo, ainda naquela criança que corria para ver um dos velhos episódios dos Centurions, e se aperfeiçoou com os anos, algo totalmente humano, longe dos quadros coloridos de X-Men. Eu apenas ando e faço quando acho que deve ser feito. Essa é minha vida, ou melhor, era minha vida antes do grande clarão. Algumas coisas mudaram desde então, algumas siglas agora me perseguem, letras e números como um T-800 da vida, mas isso fica para uma próxima oportunidade. Ah! Claro! Meu nome? Na hora certa, ok?!

20100225

Green Machine.



I've got a war inside my head
It's got to set your soul free
I've got a wheel inside my head
A wheel of understanding
I'm a loadin', loadin' my war machine
I'm contributing to the system, the break down scheme
I'm a shuttin' down, I'm shuttin' down your greed for green
I am here to gun it down, I gotta do

20100215

Sanpaku.

Um espelho me cochichou algo sobre uma maldição. Não a vejo como algo que cresça com nossa essência, algo que brote do espirito ou seja um tapa formidável do karma e estale com cinco dedos abertos na força das ações de mundos passados. Vejo-a como um estado de espírito e sua natureza amplamente mutável e imprevisível. A mesma responsável por hoje você ser Charles Manson e Abraham Lincoln em intervalo de poucos minutos. Agora você está predestinado a ser o caçador, depois a ser a vítima. Hoje fui um pouco dos dois, amanhã ainda não sei, mas talvez o branco dos olhos ainda possa estar querendo me dizer algo. Não fecho meu dia como beserker insano que possa ter sido mais cedo, me sinto a beira do grande impacto. Pronto para o impacto. Posso ser Kennedy, Lennon, Monroe, Presley, Gandhi ou McCartney agora, mas em um momento único, e até curioso da vida, pela primeira vez vejo alguém que conheço pessoalmente (em carne, ossos e bate-papo) ser morto pelo cinema globalizado. Morto, mas devidamente vingado, como todo amigo naturalmente faria, na tela do cinema ou na tela da vida real. De certa forma, fui aquilo que pensei ser e o impacto aconteceu. O impacto ecoou. Mas não me atingiu (fisicamente). Talvez seja um aviso para que eu feche logo esses olhos e todos esses brancos sumam. E ressurja um amanhã sem fragmentos de maldição alguma, apenas com a lembrança do desfecho de um monólogo de estrada em uma tarde de carnaval que repetia e encerrava qualquer assunto ainda vivo com: "Olha lá! Um tucano!" - como eu queria partilhar esse momento com mais pessoas.


20100214

Sons da Natureza.

Ah! Acorde um pouco. Pare. Pare e dê uma bela respirada. Tente prestar atenção no sons a sua volta. No silêncio, que na verdade nem é tão silencioso quanto parecia. Preste atenção nos sons da natureza. O som de legiões de grilos gritando como violinos. O som de pássaros compondo suas primeiras harmonias matutinas. O som das mariposas... sendo eletrocutadas pela cerca elétrica. Ai ai.

20100126

Máquina.

Hoje ou em outro dia qualquer, as vezes me pego na chance única de poder olhar para trás: lembrar daquele molequinho cabeludo com seu bonequinho do Jaspion empunhado correndo o mais rápido possível nas calçadas com o impossível fardo de ser mais veloz que os carros rasgando a avenida. Por incrível que pareça, as vezes a vitória era conquistada, contra algum carro buscando vaga de estacionamento ou de turistas conhecendo a cidade, mas esses detalhes não eram importantes, era uma vitória que valia o dia e ponto final. Era apenas isso: um moleque feliz vencendo (em seu mundo) as máquinas (do mundo real) no seu fardo diário. Talvez com isso, tenha nascido a busca eterna por querer conhecer, testar, alcançar os limites da máquina humana. Fazer dela algo super-humano, algo que possa bater outras máquinas movidas a engrenagens, combustíveis e circuitos. Mesmo que um dia chegue a inevitável hora de um upgrade, e nesse dia a máquina humana como conhecemos se unirá as demais, anexando a sua perfeição: engrenagens, combustíveis e circuitos.