20130416

Skynet.

Não preciso ser vidente, sensitivo ou utilizar de práticas em rabdomancia para apostar que o texto que está lendo neste momento encontra-se à deriva em meio ao mar de informação que as abas do seu navegador podem suportar. E neste balançar da rede de computadores, a máxima de que “informação é poder” é diariamente colocada à prova, muitas vezes além da nossa capacidade cerebral de absorção. Afinal, a rede é de computadores, mas a informação que circula e é consumida é essencialmente humana. Bem, não totalmente.
Conheça a RoboEarth (http://www.roboearth.org), uma rede mundial destinada a troca de informações entre robôs. Com uma proposta audaciosa, baseada na troca de informações por máquinas, os criadores da rede assumem outra máxima dos nossos tempos, a de que a “experiência é o melhor professor”.
Você deve estar balbuciando que nada disto passa de mais uma utopia, sinopse de uma nova série do Exterminador do Futuro ou enredo de uma obra literária cyberpunk, mas não.  Com dados armazenados em nuvem e em linguagem especialmente destinada às máquinas, a rede mantém dados compartilhados por máquinas e humanos. A proposta da RoboEarth engloba  mapas de navegação, rotinas de tarefas, reconhecimento de modelos, softwares de componentes em suas versões mais recentes, entre outras atribuições destinadas ao público robótico.
O engine de armazenamento em nuvens da RoboEarth, graciosamente apelidado de Rapyuta (nome originado do longa O Castelo no Céu do mestre da animação japonesa Hayao Miyazaki), é uma plataforma open source com a promessa de facilitar a compreensão  que as máquinas tem do nosso mundo. E esqueça a futurologia, pois Rapyuta já está no ar, tecnologicamente falando, operando em plataforma Apache (http://api.roboearth.org).
Outra expectativa é de que a rede seja responsável pela diminuição dos custos no desenvolvimento dos robôs, facilitando o acesso de dados, sejam estes fornecidos por máquinas em atividade, como aqueles novos, desenvolvidos por cérebros humanos.
Em um momento em que as discussões a respeito do compartilhamento da informação estão cada dia mais em evidência, nas suas diferentes manifestações ideológicas, é a vez dos seres robóticos entrarem na jogada. O primeiro passo da iniciativa RoboEarth foi dado, nos mantendo longe de fotos de robôs tiradas no espelho, mas em aproximação definitiva da ficção científica clássica, na qual robôs farão cada vez mais parte do nosso cotidiano. E não preciso de dotes psíquicos para afirmar isto a ninguém.